LIÇÃO 7 – 16 DE AGOSTO DE 2009 “AS CONSEQÜÊNCIAS JURÍDICAS DO PECADO”

Queridos irmãos, A Paz do Senhor!

Estamos na SÉTIMA lição da revista CIDADANIA CRISTÃ - terceiro trimestre de 2009.

Nosso comentarista é o Pastor Dr. Abner de Cássio Ferreira. O tema da semana é:

CONSEQÜÊNCIAS JURÍDICAS DO PECADO

Aula ministrada pelo Prof. Cláudio Marcílio


Sejam todos muito bem vindos!


TEXTO ÁUREO

“Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo” Rm 7.21


VERDADE APLICADA

O caminho da iniqüidade, escolhido pela humanidade quebrou o vínculo que a unia ao Criador, maculou todos os relacionamentos e submeteu os homens à lei do pecado e da morte.


OBJETIVOS DA LIÇÃO

1) Mostrar que o pecado que desintegrou o homem e contaminou todos os seus relacionamentos é a causa de incontáveis leis;

2) Insistir que, desde a queda, o pensamento jurídico e a idéia de direito e justiça dos homens apresentam muitas distorções e contaminações;

3) Fazer ver que somente a obra de Cristo, efetuada no coração dos homens, é capaz de afastar a iniqüidade das legislações humanas.


INTRODUÇÃO


Os primeiros capítulos do Gênesis descrevem as relações do homem com Deus, com a natureza, com o outro e a norma geral que regeria estas convivências.

Esta lição resumirá as relações supracitadas e as mudanças ocorridas nelas depois da introdução do pecado no mundo, fato que deu origem a uma infinidade de leis em constantes mutações.


1. DA CRIAÇÃO À QUEDA


A Terra era um lugar onde havia perfeita comunhão com o semelhante e com Deus: Sem a intromissão do diabo, sem a consciência pesada, sem os desentendimentos entre as pessoas, sem a violência, sem as enfermidades, sem o envelhecimento, sem as contas a pagar no fim do mês e sem as inumeráveis outras mazelas a que nós estamos sujeitos, os homens desfrutavam de verdadeira paz e harmonia no Jardim.

Eles conversavam, se divertiam e gozavam da presença poderosa e benéfica do Criador que enchia a atmosfera com sua voz firme, porém suave (Gn 3.8a). No Éden o homem era senhor e a natureza (principalmente a sua própria) era-lhe subserviente.

Os homens tinham domínio sobre outras formas de vida; domínio sobre os principais elementos da natureza: a água, o fogo, o solo e seus componentes, o ar, domínio e controle de matéria-tempo-espaço; e, domínio próprio.

Nada sabemos da organização social antes da primeira transgressão, somente que já havia a organização familiar, e esta não foi invenção humana, mas instituição divina (Gn 2.22). Nela, a comunhão, a intimidade e a satisfação eram perfeitas.

Marido e mulher nada tinham que esconder um do outro, pois nada havia neles de feio ou escandaloso (Gn 2.25). Podemos concluir daí que os descendentes do casal nascidos no Éden gozavam das mesmas condições e que os relacionamentos humanos eram perfeitos.


PONTO DE REFLEXÃO

Devemos rejeitar qualquer ideia ou doutrina que relacione a primeira transgressão humana à cópula e a procriação ou que estas só tiveram início depois do pecado. A ordem para multiplicar e a bênção da multiplicação foram dadas antes do pecado (Gn 1.28).

O aumento da dor do parto e da capacidade reprodutiva da mulher são penalidades impostas à Eva (Gn 3.16). Como aumentar uma sensação (dor de parto) nunca antes experimentada e a geração de filhos (conceição) se o casal nunca antes copulara?


COMENTÁRIO ADICIONAL

É muito importante deixar claro que, do capítulo 3 do livro de Gênesis ao capítulo 21 do livro de Apocalipse, a Bíblia registra o conflito entre Deus e Satanás, o pecado e a justiça e insta os pecadores a se arrependerem e confiar em Deus.

Quando lemos o capítulo seis do livro de Isaias, nos deparamos com a visão da grandeza de Deus. “Os serafins estavam acima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobriam o rosto, e com duas cobriam os pés e com duas voavam”. (Is 6:2)

Notemos a postura dos serafins; a descrição tem algo a ensinar-nos. As duas asas cobrindo a face de cada serafim é um gesto que expressa reverente recolhimento na presença de Deus. Não devemos espreitar seus segredos.

Devemos nos contentar em viver com o que Ele nos revelou. A reverência exclui especulações sobre coisas que Deus não falou em sua Palavra. Quando alcançamos os limites exteriores do que a Bíblia diz, é hora de parar de discutir e começar a adorar. É isto que nos ensina as faces cobertas dos anjos.


2. DA QUEDA AO DILÚVIO


O período que se estendeu da saída do Jardim até o dia em que Noé entrou na arca foi marcado por extrema maldade, corrupção e violência, conseqüência do caminho escolhido pelo homem e que o conduziu para longe do Criador (Gn 6.5, 11,12).

Até à primeira transgressão o homem se via e se sentia diante de Deus como os bebês se vêem e se sentem diante de seus pais: Belos, amados, seguros, confiantes. Depois de transgredir, sua visão e seus sentimentos diante do Criador mudaram.

Perceberam-se indignos e sentiram, enganados, que não seriam mais amados e protegidos pelo Senhor (Gn 3.10). Perderam a confiança em Deus e acusaram-no de haver originado o pecado deles (Gn 3.12).

Porém, Deus, como de costume, veio ao encontro da espécie (Gn 3.9), mas ela, ao ouvir Sua voz no Jardim, foi dominada pelo pavor e pela vergonha (3.10).

Nem mesmo o avental de folhas de figueira, que fizeram para si, conseguia deixá-los menos nus na presença de Deus (3.7). Então, os homens temeram e se esconderam de seu amoroso Criador.

Deus apenas expulsou o transgressor do jardim, mas o homem, inconformado, abandonou a presença do Senhor e foi para longe dEle (4.16).

O pecado também afetou a relação do homem com a natureza, que se fez indócil e hostil (Gn 4.17-19) fustigando o homem com trabalhos pesados. Diante da incapacidade de dominá-la o homem passou a reverenciá-la e a adorá-la como sobrenatural e divina (Dt 4.19).

O dominador da terra se fez servo dela e das suas forças naturais e também se tornou escravo de suas próprias paixões e instintos (Lv 18.23; Rm 1.24).

O pecado abalou a estrutura que mantinha em estado de harmonia e perfeição os relacionamentos humanos: O homem passou a viver em conflito consigo mesmo (Rm 7.23).

Os cônjuges passaram a se sentir inadequados um para o outro (Gn 3.7); o marido passou a desejar a mulher com egoísmo e lascívia (Gn 3.16b); deixou de vê-la como carne da sua carne e passou a vê-la como responsável por sua desgraça (Gn 3.12). A rivalidade tomou conta dos irmãos (Gn 4.8).

Os desentendimentos, a desagregação da família, a insegurança e a insatisfação deram origem à poligamia (Gn 4.19), que é equiparada ao adultério e, é uma prática que entra em contradição “com a igual dignidade” do homem e da mulher e com a unicidade e exclusividade do amor conjugal.

Os irmãos se tornaram concorrentes (Gn 4.4,5; 25.24-33). Ciúmes e invejas passaram a fazer parte da vida familiar tornando o ambiente propício à agressividade e a violência (Gn 4.8), além de outros desvios que se manifestaram mais tarde (Rm 1.26,27).


COMENTÁRIO ADICIONAL

A na­tureza é uma janela através da qual vemos Deus, mas Adão e Eva transformaram-na numa porta trancada para manter Deus do lado de fora! Um dia, o Salvador iria morrer sobre um madeiro para que os pecadores assustados pudessem ir até o Senhor e en­contrar o perdão.

Para o homem e a mulher, a vida diária passaria a ser uma luta fora do jardim ao labutar pelo pão e criar sua família. Ainda poderiam ter comunhão com Deus, mas so­freriam diariamente as conseqüências de seu pecado, e o mesmo aconteceria com seus descendentes.

A lei do pecado e da morte passaria a vigorar na família até o fim dos tempos, mas a morte e a ressurreição do Salvador introduziriam uma nova lei: "Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da mor­te" (Rm 8:2).


3. DO DILÚVIO A CRISTO

O Dilúvio teve por finalidade frear a corrupção, a maldade e a violência humanas. Mas as gerações pós-diluvianas não se voltaram para Deus, antes, decidiram-se pela independência dEle. O período entre o dilúvio e o nascimento de Jesus foi marcado:

O “Projeto Babel” foi o primeiro no programa de emancipação (Gn 11.4). A Torre seria o ponto para onde convergiriam todas as gerações humanas e de onde emanariam as leis e as diretrizes que regeriam a sociedade emancipada de Deus.

Assim teriam um referencial físico e ideológico, forte o suficiente para manter a unidade, a sobrevivência, e a proteção da espécie contra as poderosas forças da natureza, sem, contudo, se submeterem ao Criador.

Quando estudarmos o conteúdo histórico da Bíblia e a História Geral e comparamos o volume de informações existentes sobre as culturas e civilizações pós-diluvianas e as pré-diluvianas, observamos que sobre estas (pós-diluvianas) há poucos registros, enquanto que sobre aquelas (pré-diluvianas), os registros são inumeráveis.

Isto se explica, em parte, pela longevidade dos pré-diluvianos (Gn 5.27), que facilitava a tradição oral e também contribuía para que as mudanças sociais e políticas ocorressem em ritmo lento.

A pretensão do “Projeto Babel” era colocar a humanidade a salvo da justiça divina, mas fracassou por causa dos conflitos humanos, que até ali eram mantidos sob controle, através de uma linguagem comum a todos (Gn 11.1).

Os embates inter-relacionais, porém, superaram a comunicação e deram origem ao surgimento das nações, à diversidade religiosa (politeísmo), cultural, racial e jurídica (Gn 10.5; 11.9).

Ao lermos com atenção os capítulos de Gênesis que antecedem o dilúvio e a construção da Torre, verificamos não existir ali nenhuma referência a deuses. A despeito de todas as forças contrárias o monoteísmo sobreviveu e o politeísmo só apareceu depois da babel. Porém, com a escolha de Abrão para ser o pai de uma nova naca, a fé monoteísta ganhou força e expressão (Gn 17.7).

As relações humanas foram, aos poucos, sendo regulamentadas pelo poder público e as normas que as condicionavam variavam de acordo com as crenças e costumes dos povos e com o arbítrio dos deuses e dos detentores do poder (Et 1.8-22; Dn 6.12).

Quando estudamos povos e nações do mundo antigo e de culturas fechadas à influência do Evangelho, facilmente encontramos leis tão absurdas que é difícil acreditar que elas de fato existiram e/ou existem ainda.

Paulo alerta para o fato de que a lei é espiritual porque o pecado, sua causa, é de natureza espiritual (Rm 7.14). Logo, as leis dos povos seguiam e ainda seguem o espírito do príncipe deste mundo.

Como Satanás mata, rouba e destrói (Jo 10.10) existem, desde a antiguidade, leis de liberdade e proteção que, na verdade, são leis de escravização, morte, empobrecimento e destruição do ser humano.

Elas são elaboradas para dar suporte à rebelião contra Deus e, ao mesmo tempo, são usadas por Satanás para se vingar do ser humano (Ap 12.12) por este haver sido o meio pelo qual Deus trouxe ao mundo aquele que o despojou do seu principado (Cl 2.15).


4. DE CRISTO AO SÉCULO XXI

O caminho da iniqüidade escolhido pela humanidade quebrou o vínculo que a unia ao Criador, maculou todos os seus relacionamentos e submeteu os homens à lei do pecado e da morte. O caminho do Calvário, escolhido por Jesus, para cumprir toda a Justiça Reconcilia os homens com Deus (Cl1.20-22); Converte os seres humanos uns aos outros (Ml 4.6) e Liberta o homem do império da lei do pecado.

Cristo triunfou sobre os principados e as potestades, que faziam da humanidade presa sua, e os despojou de sua pretensa divindade. Porque nEle habita corporalmente toda a plenitude da divindade, pôde abrir em si mesmo O Caminho para Deus e ser feito O Mediador exclusivo entre Deus e o homem (Jo 14.6; Tt 2.5). NEle, qualquer que queira tem liberdade de transitar, de comunicar, de comungar com Deus e de permanecer em Sua presença (Jo 10.9; Hb 4.14-16).

A obra de reconciliação efetuada por Cristo modificou o caráter daqueles que creram nEle, de tal modo, que todas as sociedades em que os verdadeiros cristãos estavam e estão inseridos sofreram e sofrem influência da mensagem cristã.

A autoridade de Cristo e o poder transformador do Evangelho são tão extraordinários, que a avaliação do curso total da raça humana tem Cristo como referencial. A história inteira da humanidade é dividida em dois períodos: Antes de Cristo, a.C. e, Ano Domini, A.D. Ano do Senhor dos homens e da História.

Uma questão de natureza jurídica espiritual maligna só poderia ser resolvida com outra, de natureza espiritual benigna. A providência perfeita contra a lei do pecado, que habita no homem e produz legislações contaminadas, foi dada por Deus, através da Lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, que liberta o homem do pecado e da morte (Rm 8.2).

Todos os que vivem debaixo da Lei de Cristo, influem de forma benéfica nas leis das sociedades em que estão inseridos.

A obra de Jesus devolve, parcialmente, ao homem o domínio da natureza: Pela ciência, o homem é capaz de entender muitos fenômenos naturais e adquirir os meios de controlá-los e/ou dominá-los, quando necessário.

O cristianismo, pela doutrinação bíblica, forneceu ao Ocidente vários de seus pressupostos fundamentais sobre o mundo natural. Os primeiros capítulos do Gênesis foram fundamentais à pesquisa cientifica tanto por parte de cristãos como de inimigos de Cristo.

A Europa cristianizada se tornou o berço da ciência moderna, por causa da atitude dos cristãos para com a natureza: Diferentes dos gregos que viam a natureza como algo pecaminoso, vil e, portanto, indigna de ser estudada.

Diferentes dos povos orientais, que vêem cada ente da natureza como um deus e, portanto, o homem é indigno de estudá-la, os cristãos a vêem como criação do Bom Deus para uso humano e, portanto, tão digna e boa que deve ser estudada, entendida e controlada pela humanidade.


PALAVRA FINAL

O caminho da iniqüidade, escolhido pela humanidade, maculou todos os relacionamentos humanos, submeteu os homens à lei do pecado e da morte, perverteu a justiça e contaminou todas as leis terrenas. Jesus é a providência jurídica perfeita, que arranca o homem das garras do pecado. Livres, todos os que são de Cristo vivem debaixo da Lei do Espírito de Vida e influem de forma vital nas leis de suas comunidades.

Fontes: Bíblia Sagrada – Concordância, Dicionário

Revista Cidadania Cristã – Editora Betel - 3º Trimestre 2009 – Lição 07

www.editorabetel.com.br


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Lição 6 - “A INFLUÊNCIA DA DOUTRINA CRISTÃ NA LEGISLAÇÃO OCIDENTAL”

Queridos irmãos, A Paz do Senhor!

Estamos na SEXTA lição da revista CIDADANIA CRISTÃ - terceiro trimestre de 2009.

Nosso comentarista é o Pastor Dr. Abner de Cássio Ferreira. O tema da semana é:

A INFLUÊNCIA DA DOUTRINA CRISTÃ NA LEGISLAÇÃO OCIDENTAL

Sejam todos muito bem vindos!

LIÇÃO 6 – 09 DE AGOSTO DE 2009

“A INFLUÊNCIA DA DOUTRINA CRISTÃ NA LEGISLAÇÃO OCIDENTAL”

Professor: PR. Leonardo Antonio Garcez


TEXTO ÁUREO

“E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim”. Jo 12.32


VERDADE APLICADA

O Evangelho de Cristo penetrou nas legislações porque converte os indivíduos de dentro para fora, e isto os torna em agentes de transformação social.


OBJETIVOS DA LIÇÃO

1) Ressaltar a importância da evangelização no processo de formação e modificação das leis;

2) Mostrar que ao anunciar, por palavras e obras, as virtudes de Cristo, a Igreja contribui para o melhoramento das leis.

3) Afirmar que os Evangelhos não reconhecem ao homem nenhuma dignidade além daquela conferida pela imagem e semelhança de Deus.


GLOSSÁRIO

Ecléticos – Seguidores do ecletismo. Doutrina que se caracteriza pelas infiltrações de outros sistemas filosóficos e pela falta de originalidade e de coesão;

Esmiuçar – Dividir em partes miúdas, esmigalhar, explicar minuciosamente, com todas as particularidades;

Panteão – Templo arredondado que, na Grécia e Roma antigas, era dedicado a todos os deuses.


TEXTOS DE REFERÊNCIA

Mt 5.17 - Mt 7.12 - At 19.10 - Rm 12.10 - Gl 3.28 - 1Co 1.22

LEITURAS COMPLEMENTARES (É MUITO IMPORTANTE LER)

  • Segunda – I Rs 8.32-34
  • Terça – Dn 10.17-19
  • Quarta – Mt 5.1-17
  • Quinta – At 19.10
  • Sexta – Jo 18.36
  • Sábado – Rm 8.2


RESUMO DA LIÇÃO

PALAVRA INICIAL

É inegável a influência de Jesus de Nazaré sobre as legislações ocidentais, e em menor grau, sobre estatutos jurídicos de outras civilizações.

A pessoa de Cristo, a obra de resgate, salvação e libertação dos pecadores por ele efetuada, refletiu e continuará refletindo no universo jurídico.

O propósito da vida, pregação, morte e ressurreição de Jesus, assim como no passado, é “buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10).

As mudanças ocorridas nas legislações dos povos alcançados pelo Evangelho são frutos da presença do corpo de Cristo nessas sociedades (Mt 5.13).

Quanto maior for o comprometimento do corpo com a Cabeça, maiores e melhores serão as transformações jurídicas ocorridas. Podem ocorrer mudanças para pior como represália de Satanás e do mundo contra a Igreja.


1. CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS

A vinda de Jesus obteve pleno êxito porque ocorreu na plenitude dos tempos, quando todas as coisas estavam dispostas e preparadas para receber o Emanuel.

(Plenitude dos tempos = tempo certo, momento ideal, ocasião propícia designada por Deus)

“Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho”

Marcos 1:14 e 15.

“vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei”, Gálatas 4:4. .


O Império Romano, ao aproximar e unir povos e nações, além de fazer a terra descansar das guerras, deu uma prova experimental de que a humanidade era uma só.

O raciocínio grego, bem desenvolvido pela curiosidade e pelo gosto por novidades intelectuais e por assuntos profundos (At 17.21), encheu o Império Romano com debates sobre a origem e o significado da vida, a existência de Deus e do homem, o problema do bem e do mal, entre outros.

“Otávio tornou-se o primeiro Imperador, governando de 27 a.C. a 14 d.C. Suas primeiras medidas tinham por finalidade reestruturar a administração do novo Estado Imperial: restringiu as funções do Senado; criou uma nova ordem administrativa (as prefeituras); melhorou as formas de cobranças de impostos; instituiu a guarda pretoriana com a função de garantir a proteção do imperador.

Na economia, Otávio incentivou a produção e protegeu as rotas comerciais. Empreendeu a construção de várias obras públicas, o que gerou muitos empregos aos plebeus. Para ganhar popularidade, Otávio adotou a política do “pão e circo”.

A paz, a prosperidade e as realizações artísticas marcaram o governo de Otávio Augusto. O século I, em que transcorreu seu governo, ficou conhecido como “a pax romana”


O Grego era a língua do mundo greco-romano, assim, o Evangelho Universal de Cristo encontrou uma língua universal para propagar-se e achou guarida em milhares de corações porque apresentava respostas aos grandes problemas da vida levantados pelos gregos.

No tempo de Jesus, os romanos detinham o poder político do maior império do mundo, mas quem moldava a cultura e a mente dos povos eram os gregos. Por isso, aquele período é conhecido como “greco-romano”.

“A cultura grega foi adotada pelos romanos cultos e a cidade de Roma se tornou o mais novo e mais importante centro de cultura helênica. (Helênico é o termo utilizado pelos gregos para se referir a si mesmos; logo, cultura helênica é um sinônimo de cultura grega).

Na cidade, a medicina e o ensino da filosofia e da retórica, tão prezada pelos romanos, estava na mão de gregos (às vezes simples escravos); escultores de origem grega trabalhavam para patronos romanos; e os intelectuais romanos liam, falavam e escreviam fluentemente em grego.

Os próprios imperadores romanos reverenciavam a antiga cultura grega: Nero (54/68), Adriano (76/138) e Marco Aurélio (121/180) foram os mais notáveis dentre eles”

Os filósofos gregos eram ecléticos, viajavam por toda parte para, através da observação da religião, cultura, política e comportamento de outros povos, adquirirem conhecimento e sabedoria (Jo 12.20; 1Co 1.22).

Foram os curiosos gregos, com suas mentes pesquisadoras, que prepararam os corações dos outros povos à bendita revelação, e com sua língua universal possibilitaram todas as pessoas do Império Romano ouvir as boas novas do Evangelho.


Os hebreus, por sua inclinação para o sobrenatural, receberam a revelação que satisfaz as mais inquietantes indagações humanas e forneceram o ventre que recebeu Jesus, “O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, e única solução possível para o problema do mal.

Os judeus fizeram os preparativos para o nascimento de Jesus: alimentaram o cristianismo na sua primeira infância, prepararam antecipadamente a vida religiosa em que foram instruídos o Senhor Jesus (Lc 2.46) e todos os primeiros cristãos (At 24.14), proveram a nova igreja com literatura religiosa superior a qualquer outra existente à época (2Tm 3.15).

Antes da grande Diáspora os hebreus já haviam experimentado sucessivas dispersões, o que contribuiu para que a esperança messiânica fosse abraçada por outros povos.

O cristianismo só foi prontamente aceito porque provinha de um povo com duas características essenciais: a mais alta concepção de Deus conhecida até então e o mais alto ideal de justiça e vida moral que se conhecia (Dt 10.17-19; Sl 100.1).

“O termo diáspora (em grego antigo, διασπορά – "dispersão") define o deslocamento, normalmente forçado ou incentivado, de grandes massas populacionais originárias de uma zona determinada para várias áreas de acolhimento distintas.

O termo "diáspora" é usado com muita freqüência para fazer referência à dispersão do povo hebreu no mundo antigo, a partir do exílio na Babilônia no século VI a.C. e, especialmente, depois da destruição de Jerusalém em 135 d.C”


COMENTÁRIO EXTRA

Deus revelou seu grandioso plano de salvação de maneira gradual. Em primeiro lugar, ele deu uma promessa (Gn 3:15), a primeira promessa de salvação encontrada nas Escrituras.

Trata-se da promessa de um Redentor que nasceria de uma mulher, derrotaria Satanás e traria a salvação para a humanidade. O Salvador prometido seria um homem, não um anjo, e salvaria seres humanos, não anjos caídos (Hb 2:5-18).

De onde viria esse Redentor prometido? Gênesis 12:1-3 responde a essa pergunta: o Redentor será um judeu, do povo de Abraão. Por meio de um milagre de Deus, Abraão e Sara tiveram Isaque; e Isaque foi o pai de Jacó. No entanto, Jacó teve doze filhos que fundaram as doze tribos de Israel.

Qual dessas tribos daria ao mundo o Salvador? Gênesis 49:10 nos diz: o Redentor virá da tribo de Judá. O Livro de Êxodo conta como Deus construiu a grande nação de Israel, enquanto esse povo sofria no Egito e, então, como ele os libertou com seu grande poder.

O povo deveria ter se apropriado da herança de Canaã, mas, em sua incredulidade, desobedeceram a Deus e acabaram vagando pelo deserto durante quarenta anos (Nm 13 - 14). Josué liderou a nova geração, conduzindo-a para a Terra Prometida, onde estabeleceu a nação.

Depois de uma era trágica de governo dos juizes e do reinado de Saul, registrados no Livro de Juizes e em 1 Samuel, Deus ungiu Davi para ser rei e revelou que o Redentor prometido procederia da família de Davi (2 Sm 7).

Não apenas seria o "filho de Davi", como também nasceria em Belém, a cidade de Davi (Mq 5:2). Por intermédio do profeta Isaías, Deus anunciou que o Redentor nasceria de uma virgem de modo miraculoso (Is 7:14; ver Lc 1:26-38).

Sem dúvida, ao longo das eras do Antigo Testamento, Satanás fez todo o possível para impedir os planos de Deus. Caim era do diabo (1 Jo 3:12) e matou seu irmão Abel, mas Deus deu Sete para continuar essa linhagem temente ao Senhor (Gn 4:25, 26).

Durante o dilúvio, Deus preservou Noé e sua família. Da família de Sete nasceu Abraão, o pai dos hebreus, uma nova nação. Em pelo menos quatro ocasiões, essa linhagem temente a Deus foi ameaçada de extinção.

Abraão mentiu duas vezes sobre a esposa, Sara, e ela foi levada por reis pagãos (12:10-20; 20:1 ss). Seu filho, Isaque, cometeu o mesmo pecado e colocou em risco a esposa, Rebeca (26:6-16).

Durante os dias sombrios que posteriormente sobrevieram à monarquia hebraica, a perversa rainha-mãe Atalia ordenou a morte de todos os descendentes da linhagem real. No entanto, um pequeno príncipe chamado Joás foi salvo e, assim, deu continuidade à linhagem de Davi (2 Rs 11).

Que fim teve essa história? "Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos" (Gl 4:4, 5).

O anjo anunciou aos pastores: "E que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor" (Lc 2:11). A promessa havia se cumprido! E tudo começou em Gênesis!


2. JESUS CRISTO E A LEI

Satanás e os homens não regenerados, adulteram e distorcem doutrinas bíblicas e dão a elas o sentido que julgam mais conveniente aos seus propósitos.

Na verdade, a entrada no Reino de Jesus, que não é deste mundo (Jo 18.36), exige arrependimento (Mt 3.2; At 2.38). Seguir a Cristo exige renúncia aos pretensos direitos (Mt 16.24) e a segurança da vida eterna exige rejeição completa ao modo de vida manchada pelo pecado (Jo 12.25).

Jesus esmiuçou a Lei ao resumi-la com sabedoria e autoridade inigualáveis (Jo 7.46, Mc 1.22), “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.37,39), e foi além: “qualquer que atentar numa mulher com cobiça já em seu coração adulterou com ela” (Mt 5.28; He 4.12), “quem estiver sem pecado, atire a primeira pedra” (Jo 8.7) e; “amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mt 5.44), “Vai (judeu) e faze da mesma maneira (que o samaritano)” (Lc 10.37).


A primeira perseguição à Igreja foi movida pelos judeus (8.1). Dispersa, mas estimulada pelo mandamento de amar os inimigos e perseguidores, a Igreja acelerou a pregação (8.4) e vários grupos de seguidores do Nazareno foram formados em todas as cidades da Judéia (11.19).

Desde o princípio a doutrina de Cristo foi entendida e apresentada como a “lei do Espírito de Vida em Cristo Jesus que liberta da lei do pecado e da morte” (Rm 8.2).


3. EFEITOS DA MENSAGEM EVANGÉLICA NO IMPÉRIO ROMANO


Nas “parábolas de resgate” Jesus inclui “A Dracma perdida”. As dez dracmas, objetos inanimados, apontam para o valor total do ser humano para Deus.

A que foi perdida, fala daquela parte do valor, que existe, mas que, na queda e no conseqüente afastamento de Deus, perdeu-se dentro da própria humanidade (casa) e ficou oculta, em trevas espirituais e soterrada debaixo de todo o lixo filosófico, intelectual, ético, e moral deste mundo.

O resgate de alguns valores não implica necessariamente em conversão a Cristo, mas em muitos casos, somente em mudança de comportamento provocada pela influência dos filhos de Deus na sociedade e por leis formuladas à luz do Evangelho.


Você é capaz de imaginar o impacto que mensagens tais como: “Maridos, amai vossas mulheres como Cristo amou a igreja e, pais, não provoquem à ira a vossos filhos” (Ef 5.28; 6.4,9) causaram num império onde o ‘Pátrio Poder’ era um estatuto jurídico que concedia ao chefe de família o direito de tratar a esposa e os filhos como bem quisesse e de dispor da vida deles como julgasse conveniente?

“Pátrio poder é um conjunto de direitos e obrigações, quanto à pessoa e bens do filho menor não emancipado, exercido em igualdade de condições, por ambos os pais, para que possam desempenhar os encargos que a norma jurídica lhes impõe, tendo em vista o interesse e a proteção do filho”


A mensagem Evangélica alcançou pessoas de todas as nações e classes sociais: Aos forasteiros e aos estrangeiros, Jesus transforma em concidadãos dos santos e os introduz na família de Deus (Ef 2,19). Aos cativos, aos escravos e aos servos era anunciado o ano aceitável do Senhor (Lc 4.19) e a liberdade desfrutada em Deus (2Co 3.17).

Os arrancados da pátria são consolados pela promessa de uma cidade cujo artífice e construtor é o próprio Deus (Hb 11.10) e de uma Pátria melhor (11. 14,16). No mundo em que as desigualdades eram imensas e a sociedade era dividida em castas, a mensagem cristã penetra e a todos nivela.

Nele todos desfrutam de igual dignidade (1Co 12.13, 27) e a paternidade de Deus se estende a todos os homens (Mt 6.9), que queiram ser filhos do Pai Nosso que está no céu (Mt 5.44). Na corrupção moral do Império até as divindades eram imorais. No panteão dos deuses, o melhor deles não se mostrava moralmente superior ao melhor dos humanos.


Naquele ambiente, os cristãos anunciam uma Nova Vida, doada pelo verdadeiro, santo, reto, justo, fiel e incorruptível Deus. Através dEle, os homens poderiam alcançar um padrão moral inigualável. Pessoas sinceras e sedentas de enlevo espiritual e moral abraçavam com avidez e amor ao Evangelho. “Novas criaturas” (2Co 5.17) encheram o Ocidente com o amor, os princípios, a moral e a ética cristã.


4. A TEOLOGIA CRISTÃ E OS DIREITOS HUMANOS

Na Baixa Idade Média, para defender a fé cristã de doutrinas errôneas sobre a pessoa de Jesus, cristãos, teólogos e leigos, desenvolveram vastos estudos e se envolveram em muitos e calorosos debates sobre os atributos de Deus e dos seres angelicais.

A intenção era mostrar que Jesus não era mais um deus e muito menos um anjo, mas era o próprio Deus, Único e Verdadeiro.

“A Baixa Idade Média é o período da Idade Média que se estende do século XI ao século XV. Esse período é caracterizado pelo momento histórico de crise do modo de produção feudal e das relações econômicas, sociais e culturais a ele relacionadas, isto é, a derrocada do mundo medieval”.

A humanidade participa da natureza divina, por isto, possui, ainda que de forma infinitamente inferior, alguns atributos da divindade. Eis o ponto de partida das discussões sobre direitos humanos fundamentais


PALAVRA FINAL

Por causa de Cristo, e da pregação do Evangelho, e da disseminação e solidificação das doutrinas cristãs, o homem ocidental, antes de todos os demais, descobriu que a humanidade é portadora de uma dignidade tal (1Jo 4.20) que não poderia ser dado a nenhum homem o direito de:

  • manchá-la (1Co 6.15),
  • desrespeitá-la (1CO 12.23; Rm 12.10) e, nem mesmo
  • ignorá-la (1Co 6.19) ou
  • equipará-la a outros seres da criação (Mt 10.31).

Esta descoberta refletiu em todo o ordenamento jurídico ocidental.


Baixe aqui o programa de incentivo à leitura da próxima aula. A lição 7 está simplesmente demais, o seu assunto é: "As consequencias jurídicas do pecado"


BAIXE e responda todas as perguntas, participe da nossa aula!!!


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Fontes: Bíblia Sagrada – Concordância, Dicionário

Revista Cidadania Cristã – Editora Betel - 3º Trimestre 2009 – Lição 06

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