Queridos irmãos, A Paz do Senhor!
Estamos na SEXTA lição da revista CIDADANIA CRISTÃ - terceiro trimestre de 2009.
Nosso comentarista é o Pastor Dr. Abner de Cássio Ferreira. O tema da semana é:
A INFLUÊNCIA DA DOUTRINA CRISTÃ NA LEGISLAÇÃO OCIDENTAL
Sejam todos muito bem vindos!
LIÇÃO 6 – 09 DE AGOSTO DE 2009
“A INFLUÊNCIA DA DOUTRINA CRISTÃ NA LEGISLAÇÃO OCIDENTAL”
Professor: PR. Leonardo Antonio Garcez
TEXTO ÁUREO
“E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim”. Jo 12.32
VERDADE APLICADA
O Evangelho de Cristo penetrou nas legislações porque converte os indivíduos de dentro para fora, e isto os torna em agentes de transformação social.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
1) Ressaltar a importância da evangelização no processo de formação e modificação das leis;
2) Mostrar que ao anunciar, por palavras e obras, as virtudes de Cristo, a Igreja contribui para o melhoramento das leis.
3) Afirmar que os Evangelhos não reconhecem ao homem nenhuma dignidade além daquela conferida pela imagem e semelhança de Deus.
GLOSSÁRIO
Ecléticos – Seguidores do ecletismo. Doutrina que se caracteriza pelas infiltrações de outros sistemas filosóficos e pela falta de originalidade e de coesão;
Esmiuçar – Dividir em partes miúdas, esmigalhar, explicar minuciosamente, com todas as particularidades;
Panteão – Templo arredondado que, na Grécia e Roma antigas, era dedicado a todos os deuses.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Mt 5.17 - Mt 7.12 - At 19.10 - Rm 12.10 - Gl 3.28 - 1Co 1.22
LEITURAS COMPLEMENTARES (É MUITO IMPORTANTE LER)
- Segunda – I Rs 8.32-34
- Terça – Dn 10.17-19
- Quarta – Mt 5.1-17
- Quinta – At 19.10
- Sexta – Jo 18.36
- Sábado – Rm 8.2
RESUMO DA LIÇÃO
PALAVRA INICIAL
É inegável a influência de Jesus de Nazaré sobre as legislações ocidentais, e em menor grau, sobre estatutos jurídicos de outras civilizações.
A pessoa de Cristo, a obra de resgate, salvação e libertação dos pecadores por ele efetuada, refletiu e continuará refletindo no universo jurídico.
O propósito da vida, pregação, morte e ressurreição de Jesus, assim como no passado, é “buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10).
As mudanças ocorridas nas legislações dos povos alcançados pelo Evangelho são frutos da presença do corpo de Cristo nessas sociedades (Mt 5.13).
Quanto maior for o comprometimento do corpo com a Cabeça, maiores e melhores serão as transformações jurídicas ocorridas. Podem ocorrer mudanças para pior como represália de Satanás e do mundo contra a Igreja.
1. CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS
A vinda de Jesus obteve pleno êxito porque ocorreu na plenitude dos tempos, quando todas as coisas estavam dispostas e preparadas para receber o Emanuel.
(Plenitude dos tempos = tempo certo, momento ideal, ocasião propícia designada por Deus)
“Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho”
Marcos 1:14 e 15.
“vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei”, Gálatas 4:4. .
O Império Romano, ao aproximar e unir povos e nações, além de fazer a terra descansar das guerras, deu uma prova experimental de que a humanidade era uma só.
O raciocínio grego, bem desenvolvido pela curiosidade e pelo gosto por novidades intelectuais e por assuntos profundos (At 17.21), encheu o Império Romano com debates sobre a origem e o significado da vida, a existência de Deus e do homem, o problema do bem e do mal, entre outros.
“Otávio tornou-se o primeiro Imperador, governando de
Na economia, Otávio incentivou a produção e protegeu as rotas comerciais. Empreendeu a construção de várias obras públicas, o que gerou muitos empregos aos plebeus. Para ganhar popularidade, Otávio adotou a política do “pão e circo”.
A paz, a prosperidade e as realizações artísticas marcaram o governo de Otávio Augusto. O século I, em que transcorreu seu governo, ficou conhecido como “a pax romana”
O Grego era a língua do mundo greco-romano, assim, o Evangelho Universal de Cristo encontrou uma língua universal para propagar-se e achou guarida em milhares de corações porque apresentava respostas aos grandes problemas da vida levantados pelos gregos.
No tempo de Jesus, os romanos detinham o poder político do maior império do mundo, mas quem moldava a cultura e a mente dos povos eram os gregos. Por isso, aquele período é conhecido como “greco-romano”.
“A cultura grega foi adotada pelos romanos cultos e a cidade de Roma se tornou o mais novo e mais importante centro de cultura helênica. (Helênico é o termo utilizado pelos gregos para se referir a si mesmos; logo, cultura helênica é um sinônimo de cultura grega).
Na cidade, a medicina e o ensino da filosofia e da retórica, tão prezada pelos romanos, estava na mão de gregos (às vezes simples escravos); escultores de origem grega trabalhavam para patronos romanos; e os intelectuais romanos liam, falavam e escreviam fluentemente em grego.
Os próprios imperadores romanos reverenciavam a antiga cultura grega: Nero (54/68), Adriano (76/138) e Marco Aurélio (121/180) foram os mais notáveis dentre eles”
Os filósofos gregos eram ecléticos, viajavam por toda parte para, através da observação da religião, cultura, política e comportamento de outros povos, adquirirem conhecimento e sabedoria (Jo 12.20; 1Co 1.22).
Foram os curiosos gregos, com suas mentes pesquisadoras, que prepararam os corações dos outros povos à bendita revelação, e com sua língua universal possibilitaram todas as pessoas do Império Romano ouvir as boas novas do Evangelho.
Os hebreus, por sua inclinação para o sobrenatural, receberam a revelação que satisfaz as mais inquietantes indagações humanas e forneceram o ventre que recebeu Jesus, “O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, e única solução possível para o problema do mal.
Os judeus fizeram os preparativos para o nascimento de Jesus: alimentaram o cristianismo na sua primeira infância, prepararam antecipadamente a vida religiosa em que foram instruídos o Senhor Jesus (Lc 2.46) e todos os primeiros cristãos (At 24.14), proveram a nova igreja com literatura religiosa superior a qualquer outra existente à época (2Tm 3.15).
Antes da grande Diáspora os hebreus já haviam experimentado sucessivas dispersões, o que contribuiu para que a esperança messiânica fosse abraçada por outros povos.
O cristianismo só foi prontamente aceito porque provinha de um povo com duas características essenciais: a mais alta concepção de Deus conhecida até então e o mais alto ideal de justiça e vida moral que se conhecia (Dt 10.17-19; Sl 100.1).
“O termo diáspora (em grego antigo, διασπορά – "dispersão") define o deslocamento, normalmente forçado ou incentivado, de grandes massas populacionais originárias de uma zona determinada para várias áreas de acolhimento distintas.
O termo "diáspora" é usado com muita freqüência para fazer referência à dispersão do povo hebreu no mundo antigo, a partir do exílio na Babilônia no século VI a.C. e, especialmente, depois da destruição de Jerusalém em 135 d.C”
COMENTÁRIO EXTRA
Deus revelou seu grandioso plano de salvação de maneira gradual. Em primeiro lugar, ele deu uma promessa (Gn 3:15), a primeira promessa de salvação encontrada nas Escrituras.
Trata-se da promessa de um Redentor que nasceria de uma mulher, derrotaria Satanás e traria a salvação para a humanidade. O Salvador prometido seria um homem, não um anjo, e salvaria seres humanos, não anjos caídos (Hb 2:5-18).
De onde viria esse Redentor prometido? Gênesis 12:1-3 responde a essa pergunta: o Redentor será um judeu, do povo de Abraão. Por meio de um milagre de Deus, Abraão e Sara tiveram Isaque; e Isaque foi o pai de Jacó. No entanto, Jacó teve doze filhos que fundaram as doze tribos de Israel.
Qual dessas tribos daria ao mundo o Salvador? Gênesis 49:10 nos diz: o Redentor virá da tribo de Judá. O Livro de Êxodo conta como Deus construiu a grande nação de Israel, enquanto esse povo sofria no Egito e, então, como ele os libertou com seu grande poder.
O povo deveria ter se apropriado da herança de Canaã, mas, em sua incredulidade, desobedeceram a Deus e acabaram vagando pelo deserto durante quarenta anos (Nm 13 - 14). Josué liderou a nova geração, conduzindo-a para a Terra Prometida, onde estabeleceu a nação.
Depois de uma era trágica de governo dos juizes e do reinado de Saul, registrados no Livro de Juizes e em 1 Samuel, Deus ungiu Davi para ser rei e revelou que o Redentor prometido procederia da família de Davi (2 Sm 7).
Não apenas seria o "filho de Davi", como também nasceria em Belém, a cidade de Davi (Mq 5:2). Por intermédio do profeta Isaías, Deus anunciou que o Redentor nasceria de uma virgem de modo miraculoso (Is 7:14; ver Lc 1:26-38).
Sem dúvida, ao longo das eras do Antigo Testamento, Satanás fez todo o possível para impedir os planos de Deus. Caim era do diabo (1 Jo 3:12) e matou seu irmão Abel, mas Deus deu Sete para continuar essa linhagem temente ao Senhor (Gn 4:25, 26).
Durante o dilúvio, Deus preservou Noé e sua família. Da família de Sete nasceu Abraão, o pai dos hebreus, uma nova nação. Em pelo menos quatro ocasiões, essa linhagem temente a Deus foi ameaçada de extinção.
Abraão mentiu duas vezes sobre a esposa, Sara, e ela foi levada por reis pagãos (12:10-20; 20:1 ss). Seu filho, Isaque, cometeu o mesmo pecado e colocou em risco a esposa, Rebeca (26:6-16).
Durante os dias sombrios que posteriormente sobrevieram à monarquia hebraica, a perversa rainha-mãe Atalia ordenou a morte de todos os descendentes da linhagem real. No entanto, um pequeno príncipe chamado Joás foi salvo e, assim, deu continuidade à linhagem de Davi (2 Rs 11).
Que fim teve essa história? "Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos" (Gl 4:4, 5).
O anjo anunciou aos pastores: "E que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor" (Lc 2:11). A promessa havia se cumprido! E tudo começou em Gênesis!
2. JESUS CRISTO E A LEI
Satanás e os homens não regenerados, adulteram e distorcem doutrinas bíblicas e dão a elas o sentido que julgam mais conveniente aos seus propósitos.
Na verdade, a entrada no Reino de Jesus, que não é deste mundo (Jo 18.36), exige arrependimento (Mt 3.2; At 2.38). Seguir a Cristo exige renúncia aos pretensos direitos (Mt 16.24) e a segurança da vida eterna exige rejeição completa ao modo de vida manchada pelo pecado (Jo 12.25).
Jesus esmiuçou a Lei ao resumi-la com sabedoria e autoridade inigualáveis (Jo 7.46, Mc 1.22), “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.37,39), e foi além: “qualquer que atentar numa mulher com cobiça já em seu coração adulterou com ela” (Mt 5.28; He 4.12), “quem estiver sem pecado, atire a primeira pedra” (Jo 8.7) e; “amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mt 5.44), “Vai (judeu) e faze da mesma maneira (que o samaritano)” (Lc 10.37).
A primeira perseguição à Igreja foi movida pelos judeus (8.1). Dispersa, mas estimulada pelo mandamento de amar os inimigos e perseguidores, a Igreja acelerou a pregação (8.4) e vários grupos de seguidores do Nazareno foram formados em todas as cidades da Judéia (11.19).
Desde o princípio a doutrina de Cristo foi entendida e apresentada como a “lei do Espírito de Vida
3. EFEITOS DA MENSAGEM EVANGÉLICA NO IMPÉRIO ROMANO
Nas “parábolas de resgate” Jesus inclui “A Dracma perdida”. As dez dracmas, objetos inanimados, apontam para o valor total do ser humano para Deus.
A que foi perdida, fala daquela parte do valor, que existe, mas que, na queda e no conseqüente afastamento de Deus, perdeu-se dentro da própria humanidade (casa) e ficou oculta, em trevas espirituais e soterrada debaixo de todo o lixo filosófico, intelectual, ético, e moral deste mundo.
O resgate de alguns valores não implica necessariamente em conversão a Cristo, mas em muitos casos, somente em mudança de comportamento provocada pela influência dos filhos de Deus na sociedade e por leis formuladas à luz do Evangelho.
Você é capaz de imaginar o impacto que mensagens tais como: “Maridos, amai vossas mulheres como Cristo amou a igreja e, pais, não provoquem à ira a vossos filhos” (Ef 5.28; 6.4,9) causaram num império onde o ‘Pátrio Poder’ era um estatuto jurídico que concedia ao chefe de família o direito de tratar a esposa e os filhos como bem quisesse e de dispor da vida deles como julgasse conveniente?
“Pátrio poder é um conjunto de direitos e obrigações, quanto à pessoa e bens do filho menor não emancipado, exercido em igualdade de condições, por ambos os pais, para que possam desempenhar os encargos que a norma jurídica lhes impõe, tendo em vista o interesse e a proteção do filho”
A mensagem Evangélica alcançou pessoas de todas as nações e classes sociais: Aos forasteiros e aos estrangeiros, Jesus transforma em concidadãos dos santos e os introduz na família de Deus (Ef 2,19). Aos cativos, aos escravos e aos servos era anunciado o ano aceitável do Senhor (Lc 4.19) e a liberdade desfrutada em Deus (2Co 3.17).
Os arrancados da pátria são consolados pela promessa de uma cidade cujo artífice e construtor é o próprio Deus (Hb 11.10) e de uma Pátria melhor (11. 14,16). No mundo em que as desigualdades eram imensas e a sociedade era dividida em castas, a mensagem cristã penetra e a todos nivela.
Nele todos desfrutam de igual dignidade (1Co 12.13, 27) e a paternidade de Deus se estende a todos os homens (Mt 6.9), que queiram ser filhos do Pai Nosso que está no céu (Mt 5.44). Na corrupção moral do Império até as divindades eram imorais. No panteão dos deuses, o melhor deles não se mostrava moralmente superior ao melhor dos humanos.
Naquele ambiente, os cristãos anunciam uma Nova Vida, doada pelo verdadeiro, santo, reto, justo, fiel e incorruptível Deus. Através dEle, os homens poderiam alcançar um padrão moral inigualável. Pessoas sinceras e sedentas de enlevo espiritual e moral abraçavam com avidez e amor ao Evangelho. “Novas criaturas” (2Co 5.17) encheram o Ocidente com o amor, os princípios, a moral e a ética cristã.
Na Baixa Idade Média, para defender a fé cristã de doutrinas errôneas sobre a pessoa de Jesus, cristãos, teólogos e leigos, desenvolveram vastos estudos e se envolveram em muitos e calorosos debates sobre os atributos de Deus e dos seres angelicais.
A intenção era mostrar que Jesus não era mais um deus e muito menos um anjo, mas era o próprio Deus, Único e Verdadeiro.
“A Baixa Idade Média é o período da Idade Média que se estende do século XI ao século XV. Esse período é caracterizado pelo momento histórico de crise do modo de produção feudal e das relações econômicas, sociais e culturais a ele relacionadas, isto é, a derrocada do mundo medieval”.
A humanidade participa da natureza divina, por isto, possui, ainda que de forma infinitamente inferior, alguns atributos da divindade. Eis o ponto de partida das discussões sobre direitos humanos fundamentais
PALAVRA FINAL
Por causa de Cristo, e da pregação do Evangelho, e da disseminação e solidificação das doutrinas cristãs, o homem ocidental, antes de todos os demais, descobriu que a humanidade é portadora de uma dignidade tal (1Jo 4.20) que não poderia ser dado a nenhum homem o direito de:
- manchá-la (1Co 6.15),
- desrespeitá-la (1CO 12.23; Rm 12.10) e, nem mesmo
- ignorá-la (1Co 6.19) ou
- equipará-la a outros seres da criação (Mt 10.31).
Esta descoberta refletiu em todo o ordenamento jurídico ocidental.
Baixe aqui o programa de incentivo à leitura da próxima aula. A lição 7 está simplesmente demais, o seu assunto é: "As consequencias jurídicas do pecado"
BAIXE e responda todas as perguntas, participe da nossa aula!!!
http://www.editorabetel.com.br/auxilio/jovenseadultos/pil/3tri/PIL07.doc
Fontes: Bíblia Sagrada – Concordância, Dicionário
Revista Cidadania Cristã – Editora Betel - 3º Trimestre 2009 – Lição 06
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