Queridos irmãos, A Paz do Senhor!
Estamos na NONA lição da revista CIDADANIA CRISTÃ - terceiro trimestre de 2009.
Nosso comentarista é o Pastor Dr. Abner de Cássio Ferreira. O tema da semana é:
A MOTIVAÇÃO E A ORIGEM DAS LEIS CONTRA A FAMÍLIA CRISTÃ
Prof.: Pr. Leonardo A. Garcez
TEXTO ÁUREO
“Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo”. Fp 2.15
VERDADE APLICADA
Somente vivendo em santidade seremos capazes de influir na sociedade e produzir comportamentos e práticas capazes de neutralizar leis contrárias a Igreja do Senhor.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
1) Prevenir a igreja sobre os fatores espirituais que motivam o surgimento das leis;
2) Alertar o povo de Deus para as armadilhas ocultas nas leis formuladas pelos inimigos de Deus;
3)Estimular os crentes a combater as trevas legais pela vivência e exposição da lei de Deus escrita em seus corações.
GLOSSÁRIO
Arregimentação: Período em que um oficial serve em regimento, com o fim de perfazer tempo de comando para promoção;
Dirimir: Anular, dissolver, extinguir, suprimir, resolver, decidir;
Iluminismo: A mística dos iluminados, filosofia das luzes.
Panteismo: s.m. Crença de que Deus e todo o universo são uma única e mesma coisa e que Deus não existe como um espírito separado.
Pansexualismo:S.m. Doutrina que considera toda atividade psíquica provinda do instinto sexual, que se manifesta apenas quando a criança nasce.
Androginia: S.f. Qualidade ou caráter de Andrógino
Andrógino: P.ext. De aparência ou modos indefinidos, entre masculino e feminino, ou que tem traços marcantes do sexo oposto no seu.
INTRODUÇÃO
As leis não são preventivas, mas, reparativas. Elas nascem em função dos resultados de uma prática ou da repetição de determinado comportamento social. Por isto Satanás provoca os homens a adotarem modos de vida cujas conseqüências possam gerar leis contrárias ao reino de Deus. É o que estudaremos nesta lição.
1. COMO NASCEM AS LEIS
Devemos estar atentos às práticas individuais e aos comportamentos sociais que fogem da normalidade e/ou da naturalidade. As conseqüências deles podem gerar estatutos jurídicos e, estes trazerem em seu corpo brechas e expressões que poderão ser usadas como instrumentos contra a Lei de Deus e as instituições divinas.
Tais práticas e comportamentos serão desestimulados se, de nenhuma maneira, a Igreja compactuar com eles, seja por ação, ou omissão, ou consentimento. A Igreja é o sal da Terra e luz do mundo. Pode a carne devidamente salgada corromper-se, ou pode a escuridão penetrar ou permanecer em um ambiente no qual se acendeu uma luz?
Leis contra a família.
O divórcio, que outrora era concedido por razões bem restritas como o adultério, por exemplo, que permitia ao divorciado casar mais uma vez, banalizou-se. Atualmente, em muitos países não há mais restrições e nem limites legais.
No Brasil, basta apenas que um dos cônjuges não queira mais manter a união e, se o casal que quiser se divorciar não possuir dependentes, sequer precisa comparecer diante de um Juiz da Vara da Família, pois em 04 de janeiro de 2007, foi promulgada a Lei 11.441 que autoriza que separações consensuais de casais sem filhos menores ou incapazes seja homologada mediante escritura pública lavrada perante um tabelião competente.
Desta forma, desfaz-se o vínculo estabelecido por Deus e que só poderia ser rompido pela morte de um dos cônjuges (Rm 7.2). A violência do homem contra a mulher no ambiente doméstico deu origem a Lei Maria da Penha, que dá às mulheres proteção legal contra maridos, pais ou irmãos violentos.
Mas, por causa da sua complexidade, é também utilizada como instrumento do movimento feminista para feminizar os homens e masculinizar as mulheres. Nenhuma ação contra a instituição familiar é mais poderosa e eficaz do que aquela que confunde os papéis dos seus membros e deixa a família sem um referencial de autoridade e liderança.
Sexo livre e infidelidade conjugal
A chamada revolução sexual dos anos 60 aumentou assustadoramente o número de filhos nascidos fora do casamento ou de relações extraconjugais.
Isto criou graves problemas sociais que fizeram nascer o estatuto jurídico que equipara o direito dos filhos havidos fora do casamento com os dos nascidos dentro dele.
Este estatuto é benéfico, pois protege os filhos nascidos de qualquer modalidade de relação, mas de certa forma, desprotege e banaliza a instituição familiar, que fica mais vulnerável a ataques de pessoas oportunistas.
Atualmente, para frear as ‘conseqüências vivas’ da tão desejada revolução sexual, foi elaborado um projeto de lei que visa reconhecer o aborto como direito da mulher. Ele não foi aprovado, mas não foi esquecido.
Algumas medidas estratégicas estão sendo adotadas para que o aborto deixe de ser crime e passe a ser direito da mulher, estabelecido
Mas no mundo cristianizado foi a revolução sexual da segunda metade do século XX que abriu para eles uma possibilidade jurídica que os ativistas sociais querem impor a qualquer custo: a de que outras uniões sexuais recebam amparo legal e status jurídico igual ao da família formada por um casal (homem e mulher) e sua respectiva prole. É a revanche legal das trevas contra a luz.
Resplandeçamos, pois, como astros no mundo, pois somente mantendo acesa a luz do Evangelho, conjugada a um comportamento moral e ético compatíveis com a altura em que uma lâmpada deve estar para difundir sua luz e dissipar a escuridão, é que venceremos este mundo tenebroso.
A prevalência do direito dos pais sobre o direito dos filhos
O ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente nasceu por conta de abusos de autoridade e de violência cometidos por muitos pais contra seus filhos. Porém, não faz diferença entre abuso de autoridade e autoridade genuína, nem entre violência e correção. Isto mina a autoridade dos pais e prejudica a disciplina, tão necessárias à proteção dos infantes e a formação do caráter deles.
As liberdades da criança e do adolescente são enumeradas no Capítulo II do ECA: Art. 16. “O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: II - opinião e expressão; III - crença e culto religioso; VII - buscar refúgio, auxílio e orientação”.
Estes dispositivos seriam excelentes, se não pudessem ser utilizados para impedir que os pais criem seus filhos para expressarem, por exemplo, o comportamento sexual do sexo em que nasceram, caso eles apresentem qualquer inclinação diferente neste sentido (II);
que escolham a fé e a doutrina religiosa para educarem nelas os filhos (III);
e se não deixassem implícito que existe refúgio, auxílio e orientação iguais ou melhores e mais seguros que os oferecidos pelos pais (VII),
Os estatutos acima vão muito além de proteger: Coloca os filhos em inimizade com os pais; incita os infantes à rebeldia e deixa-os a mercê de pessoas mal intencionadas. Pais cristãos devem ser firmes, cuidadosos e vigilantes na educação e disciplina dos filhos.
Incutir neles caráter e comportamento de filhos de Deus. E, fazê-lo de modo a não dar ocasião ao poder público para tomá-los e entregá-los aos cuidados e proteção de ‘famílias’ inimigas de Deus que irão criá-los nos moldes imorais deste século.
Uma das estratégias de Satanás em sua constante luta contra o Reino dos Céus é estimular práticas e comportamentos contrários à lei e a justiça de Deus e provocar a repetição deles nas sociedades humanas e, deste modo, fazer surgir estatutos jurídicos favoráveis às ‘hostes espirituais da maldade’. Por isto precisamos saber:
O que a Bíblia diz sobre as realidades espirituais
Ela declara e demonstra através de narrativas que muitos eventos terrenos são conseqüências de realidades espirituais.
Ex.: O sofrimento de Jó e toda discussão sobre justiça e direito daí resultante são conseqüências materiais de um evento espiritual
O que a Bíblia diz sobre os efeitos espirituais das ações da Igreja
A Igreja é o Corpo de Cristo na Terra e tudo quanto ela faz e decide em O nome de Jesus neste mundo, tem apoio e correspondência no céu (Mt 18.19).
Se a igreja, unida e reunida
Satanás pode treinar seus súditos para que resistam ao poder do Evangelho, mas Jesus prometeu: “Edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. (Mt 16.18)
O Paganismo
É uma antiga religião politeísta (predominantemente matriarcal) dos adoradores da natureza. Possui muitas vertentes. O paganismo prega a existência de deuses e deusas. As divindades femininas (Gaia, Ísis, Cibele, Ártemis, Perséfone, Débora, Diana, Inanna, entre outras) são dominantes.
O Paganismo prega que várias formas de sexualidade co-existem dentro de cada indivíduo e devem ser liberadas para o bem da humanidade. As conseqüências jurídicas desta doutrina estão em projeto de lei em tramitação no Congresso nacional.
A cultura celta, por exemplo, antes de ser influenciada pelo cristianismo adorava divindades masculinas e femininas. Em muitos casos, os deuses não passavam de consortes (maridos ou amantes) da deusa, a grande mãe e, por conta disto havia o predomínio das mulheres em todos os aspectos importantes da sociedade celta.
As cerimônias religiosas eram conduzidas por sacerdotisas, a medicina era praticada pelas bruxas e as decisões importantes eram tomadas pelas videntes e sonhadoras.
O Panteísmo
É o refinamento filosófico do paganismo. A doutrina panteísta afirma que a matéria é Deus e Deus é a matéria; que a toda a matéria evolui para a divindade; que o homem tem em sua inteligência o motor principal para a sua divinização; que por meio da razão o homem conhece sua natureza divina, compreende toda a criação e, através da ciência e da técnica, é capaz de acelerar a evolução e isto faz do homem o redentor de si mesmo.
Que as diferenças essenciais entre os seres, através das quais suas identidades são mantidas, podem e devem ser eliminadas, pois foram ‘socialmente construídas’ e obstruem a manifestação da ‘divindade’ presente neles.
Para os panteístas a crença
Nas religiões panteístas o homossexualismo, o pansexualismo, a poliamoria e a androginia estão presentes e são desejados como sendo o auge da liberdade e da perfeição humanas. A disseminação desta doutrina aparece na introdução, no vocabulário acadêmico e jurídico, dos termos “identidade de gênero” e “opção sexual”.
Como o paganismo e panteísmo se apresentam atualmente?
Através do neo-paganismo, que é a busca de reviver a religião e os modos de vida dos antigos povos pagãos e através de teorias científicas, como a Teoria da Evolução, por exemplo. Eles começaram a recobrar força no Ocidente depois da Segunda Guerra e com o advento dos modernos meios de comunicação.
Desde então eles têm envidado todos os esforços para aprovar leis que lhes sejam favoráveis e, revogar ou alterar estatutos jurídicos que constituem obstáculos à execução do projeto deles: Desconstruir a cultura cristã e reconstruir sobre os escombros dela a cultura pagã.
A natureza amoral dos deuses pagãos permite ao seguidor descartar as limitações morais, e longo prazo, adotar uma reflexão livre de valores, enfocada não em melhoria moral, mas na melhoria das qualidades intelectual, psicológica, biológica, bem como na busca do prazer como forma de religiosidade.
Por isto, neste exato momento nosso Poder Legislativo sofre forte pressão para legalizar a união sexual entre pessoas do mesmo sexo e dar a ela e a várias outras formas de ajuntamento sexual o mesmo status e proteção jurídica de que goza o casamento entre um homem e uma mulher.
4. COMO O NEO-PAGANISMO INFLUI NA APROVAÇÃO DAS LEIS
Através da manipulação dos movimentos sociais de minorias
A maioria das pessoas que participam desses movimentos não tem sequer uma vaga idéia de que estão sendo usados para engordar as estatísticas em favor do neo-paganismo.
Algumas vezes, nem mesmo os governantes e legisladores têm consciência da manipulação. Foi a prática de forçar as estatísticas para cima e de criar leis para prejudicar o povo de Deus que levou Daniel à cova dos leões (Dn 6.3,6, 7).
Através dos meios de comunicação de massa
De forma sutil e bem articulada, aqueles meios de comunicação que estão a serviço do neo-paganismo apresentam práticas estranhas à moralidade como se fossem comuns à sociedade.
Diante da reação horrorizada do público, convidam respeitáveis especialistas para falar sobre a tal prática; suscitam e organizam debates; expõem aquela prática em todos os tipos de programação: novelas, filmes, programas de auditório, humorísticos, mini-séries, jornalismo, etc.
A repetição constante do tema modifica o comportamento social e influi na opinião, até mesmo de pessoas sinceras e tementes a Deus. Vigiemos!
Através do Estado
Para conseguir apoio e financiamento do Poder Público, o neo-paganismo mantém e/ou controla organizações não governamentais de apoio às minorias e aos mais fracos e de preservação ambiental; camufla sua motivação religiosa e suas investidas contra o cristianismo (pois o Estado Laico não pode dar apoio a uma religião em detrimento de outra) e , através de ONGs, angaria apoio e financiamento estatal, com os quais promove o doutrinamento da sociedade nas práticas pagãs e tenta calar a voz da Igreja do Senhor por meio de sutilezas jurídicas.
As demandas dos grupos sociais quase sempre são legítimas. É exatamente esta legitimidade que dá a quem as abraça e defende tanta força política. Que governo ousará negar recursos públicos a uma organização não governamental de amparo a meninos de rua sob a alegação de que a tal entidade os educará em práticas pagãs?
Nenhum. O que falará mais alto será o direito legítimo daquelas crianças de terem teto, comida, carinho e educação. Os recursos serão liberados para quem se dispuser a fazer isto e preencher todas as exigências legais.
CONCLUSÃO
Vida santa, vigilância continua, discernimento espiritual, trabalho incansável de evangelização, doutrinamento bíblico e constante oração, conjugados a ação social da igreja são importantes meios de prevenir a corrupção social e o conseqüente surgimento de leis contrárias a que venha o Reino de Deus.
Fontes: Bíblia Sagrada – Concordância, Dicionário
Revista Cidadania Cristã – Editora Betel - 3º Trimestre 2009 – Lição 09
Novo Aurélio – Dicionário da Língua Português, Século XXI – 3ª. Impressão – Ed. Nova Fronteira