Escola Dominical uma estrutura em extinção?









Uma análise objetiva e sincera da da Escola Bíblica Dominical no Brasil. Por Renato Vargens



O que hoje chamamos de Escola Bíblica Dominical teve como fundador o jornalista Robert Raikes (1735-1811). Raikes era natural da cidade de Gloucester, Inglaterra, e em 1757, aos vinte e dois anos, sucedeu o pai como editor do Gloucester Journal, um periódico voltado para a reforma das prisões. Nesta pequena cidade inglesa, onde vivia, a delinqüência infantil era um problema que parecia insolúvel. Menores trabalhavam em minas de carvão de segunda a sábado, tinham pouca ou nenhuma escolaridade, comportavam-se mal e envolviam-se em todo tipo de delitos e confusões. Raikes, preocupado com o que via começou convidar os pequenos transgressores para que se reunissem todos os domingos para aprender a Palavra de Deus. Juntamente com o ensino religioso, aprendiam disciplinas seculares, como matemática, história e inglês.



Vale a pena ressaltar que nessa época, estava ocorrendo na Inglaterra um avivamento, com sua forte ênfase social.



A idéia de Raikes rapidamente se alastrou pelo país. Apenas cinco anos mais tarde, em 1785, foi organizada em Londres uma sociedade voltada para a criação de escolas dominicais. Um ano depois, cerca de 200.000 crianças estavam sendo ensinadas em todo a Inglaterra. No princípio os professores eram pagos, mas depois passaram a ser voluntários. Da Inglaterra a instituição foi para o País de Gales, Escócia, Irlanda e Estados Unidos.



No Brasil a Escola Bíblica Dominical foi fundada pelos Congregacionais Robert e Sarah Kalley em Petrópolis, no dia 19 de agosto de 1855. Sarah Kalley havia sido grande entusiasta desse movimento na sua pátria, a Inglaterra. A primeira escola dominical presbiteriana foi iniciada pelo Rev. Ashbel Green Simonton em maio de 1861, no Rio de Janeiro. Reunia-se nos domingos à tarde, na Rua Nova do Ouvidor. Essa escola aparentemente foi organizada de modo mais formal em maio de 1867. Um evento comum em muitas igrejas presbiterianas brasileiras nas primeiras décadas do século 20 era o “Dia do rumo à escola dominical”, quando se fazia um esforço especial para trazer um grande número de visitantes.



154 anos se passaram desde que os Kalley organizaram a EBD no Brasil, e de lá para cá muita água passou debaixo da ponte. Sem titubeios afirmo que inúmeras gerações foram impactadas pelo ensino das doutrinas bíblicas nas salas de aula das escolas dominicais esparramadas pelo nosso imenso território nacional. Hoje, em detrimento a pós-modernidade, o que era absoluto foi relativizado. Os que outrora pregavam sobre a importância da EBD, não o fazem mais. Para piorar a situação, os crentes optaram por fazer do domingo o seu dia de lazer deixando em segundo plano o estudo da Palavra de Deus.



Ouso afirmar que a igreja do século XXI é menos preparada e qualificada a explicar a razão da sua fé aos incrédulos do que as gerações passadas. Como já escrevi anteriormente parte da igreja brasileira, prefere shows e entretenimento gospel a dedicar tempo estudando a Bíblia numa escola dominical.A conseqüência direta disso é a multiplicação de doutrinas espúrias, como quebra de maldições hereditárias, unções escalafobéticas como a do cachorro, da águia e outras mais, além obviamente do ressurgimento de heresias do passado.



Tenho percebido que em vários lugares deste país, as igrejas abandonaram o hábito de se reunirem aos domingos pela manhã em Escola Bíblica Dominical. Segundo os pastores que mudaram suas rotinas eclesiásticas de suas comunidades, as razões para tal se devem ao novo mundo em que vivemos que por razões obvias exige mais dos seus cidadãos, o que impossibilita ida do crente a igreja duas vezes no mesmo dia.



Bom, até entendo que o mundo é outro, e que alguns conceitos precisam ser revistos, todavia, será que o fato de negligenciarmos o ensino bíblico não aponta para uma inversão na escala de valores do cristão? Será que a pós-modernidade e os conceitos filosóficos do hedonismo não têm contribuído diretamente por um cristianismo mais light onde que importa é o desenvolvimento de uma relação com um Cristo bonachão? E o movimento gospel? Não tem ele contribuido para a banalização da fé em Cristo?



Caro leitor, Tenho plena convicção de que a Igreja de Cristo precisa regressar a Palavra. Para tanto, torna-se indispensável que reconheçamos que não nos será possível construirmos um cristianismo relevante em nosso país sem que conheçamos as doutrinas cristãs.



Isto posto, oro na expectativa de que os pastores da igreja evangélica brasileira não niglegencie a Escola Bíblica Dominical, antes pelo contrário, incentivem os membros de suas comunidades locais a dedicarem suas vidas ao estudo da Palavra de Deus, até porque, agindo assim evitaremos alguns desvios doutrinários e comportamentais.



Pense Nisso! Renato Vargens


Pr. Renato Vargens http://www.renatovargens.com.br Copyright © 2008 renato vargens

LIÇÃO 10 - POEMAS E HINOS EXALTAM A JUSTIÇA E A LEI DE DEUS




















Queridos irmãos, A Paz do Senhor!

Estamos na DÉCIMA lição da revista CIDADANIA CRISTÃ - terceiro trimestre de 2009.

Nosso comentarista é o Pastor Dr. Abner de Cássio Ferreira. O tema da semana é:

POEMAS E HINOS EXALTAM A JUSTIÇA E A LEI DE DEUS

Professor: Aux. Cláudio Marcílio


Sejam todos muito bem vindos!


TEXTO ÁUREO

“A Tua justiça é uma justiça eterna, e a Tua lei é a verdade”. Sl 119.142

VERDADE APLICADA

Todas as obras originadas e projetadas no Trono de Deus têm um santo propósito e retos são todos os Seus meios de execução.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

1) Estimular o aluno praticar a Palavra de Deus com entusiasmo, paixão e perseverança;

2) Inculcar na mente e no coração dos alunos verdadeira confiança na perfeição da Justiça e da Lei de Deus;

3) Encorajar os alunos para que mantenham a fidelidade ao Senhor em tempo de crise e relativismo moral.

GLOSSÁRIO

Livros Poéticos: Jó, SalmosProvérbios de Salomão, Eclesiastes e Cantares de Salomão.

Rechaçado: Resistido, Desbaratado.

INTRODUÇÃO

O Livro dos livros, planejado e inspirado pelo Supremo Autor para falar aos corações humanos e inculcar neles a Justiça de Deus, não cumpriria integralmente seu propósito se lhe faltasse os Livros Poéticos, que usam a linguagem do coração.

Neles Deus é louvado e exaltado pela verdade e perfeição da Sua Justiça e Lei. O justo é louvado, estimulado e encorajado. O ímpio é depreciado, desestimulado e rechaçado.

1.

OS POÉTICOS TRAÇAM O PERFIL DOS JUSTOS SALMODIANDO A JUSTIÇA E A LEI DE DEUS

Nos Salmos encontramos vários convites, ardorosos e insistentes, para que todos os povos e toda a criação se reúnem para formar um imenso coral com a única finalidade de exaltar o Criador, o Altíssimo sobre toda a terra, o Deus dos deuses, o Senhor. Por que:

Cento e dez salmos estão relacionados à Lei de Deus:

  • Salmos de louvores e exaltação a Lei de Deus,
  • Salmos de confiança no Senhor porque Ele é Justo e sua Lei é a Verdade;
  • Salmos de clamores por justiça e conhecimento da Lei;
  • Salmos de convite à observação da Lei e do direito;
  • Salmos sobre as recompensas aos que guardam a Lei;
  • Salmos de repulsa a iniqüidade, a injustiça e aos que desprezam a Lei do Senhor.

Os demais Salmos retratam alguma conseqüência da pratica da justiça ou da injustiça, convidam todos os povos a adorar, louvar e servir o Criador que é o Soberano Senhor e Justo Juiz.

Ele é piedoso e justo (116.5)

Os compositores dos Salmos sentiam total segurança na justiça divina. Eles conheciam a Deus e sabiam que Ele é justo, mas sabiam também que Ele é piedoso e misericordioso (145.8).

Seus justos castigos, medidas disciplinares e retos juízos são aplicados em meio as Suas muitas e infinitas misericórdias, que independem das ações humanas, pois estão fundamentadas na Sua benignidade que dura para sempre (6.1,2; 25.7; 36.5; 51.1; 136).

Como Supremo Governador e Juiz do Universo Ele alimenta o justo e o ímpio (17.14) e julga também as causas deles e os perdoa, quando num momento de humildade, clamam por Deus e por sua misericórdia (86.1; 145.9; Jn 3.5-10).

Porque justiça e juízo são bases do seu trono (89.14)

A história antiga e recente está repleta de exemplos de tronos e governos que ruíram porque foram edificados sobre os frágeis e corruptíveis alicerces da imoralidade, da mentira, da iniqüidade e da injustiça.

Mas os fundamentos do Trono de Deus são justiça e juízo. Os arautos do Senhor são: misericórdia e verdade (89.14). O trono de iniqüidade, o qual forja o mal por uma lei, não faz parte da comitiva do Justo Juiz (94.20).

Todas as obras originadas e projetadas no Trono de Deus têm um santo propósito e retos são todos os Seus meios de execução (145.17). Por isso, o Trono e o governo de Deus são inabaláveis.

Ao longo da história, Satanás fez várias e vãs tentativas de vencer o povo, o Trono de Deus e a Igreja do Senhor. A atual estratégia do iníquo é estimular no mundo uma onda de violência e insegurança de tão grandes proporções que force os homens a pagar qualquer preço pela paz e pela segurança.

Ele induz as pessoas a pensarem que as diferenças de sexo, gênero, etnia, religião classe social, entre outras, são as principais causas da violência. Ele levanta mestres e líderes de notável poder de persuasão que dizem ao mundo que é necessário eliminar estas diferenças.

Tais mestres e líderes apresentam estatísticas que apontam para as religiões monoteístas, principalmente a cristã, que ressaltam algumas destas diferenças e consideram pecado a eliminação delas, como fomentadoras da violência e principais obstáculos à segurança e à paz no planeta.

Eles apresentam um coquetel eficaz no combate à violência e o meio mais sensato de alcançar a paz: Obscurecer as distinções de cada religião, através da diluição de suas doutrinas e perversão da moralidade, reduzir a religião a interioridade dos indivíduos e silenciar as vozes que ressaltam as diferenças.

A Sua justiça é eterna, e a Sua lei é a verdade (Sl 119.142)

Os tempos pós-modernos são tempos de inigualável insegurança por conta de um relativismo moral de tão grandes proporções que a justiça fica à mercê dos que tiverem o poder de formar opinião e impô-la aos outros, através de leis ‘relativamente boas e justas’.

Mas Davi nos garante, e Moisés, os profetas e Tiago concordam com ele, que podemos confiar em Deus e na Sua Justiça:

Sua legislação é completa, harmoniosa e perfeita para toda a eternidade, pois é compatível com Seu próprio caráter e existência: Santo, Justo, Verdadeiro, Eterno e “em quem não há mudança nem sombra de variação.” (111.7,8; 119.160; Ex 34.7; Na 1.3; Tg 1.17).

Quantas vezes nos sentimos inseguros diante da justiça terrena! As leis humanas mudam para acompanhar os desejos dos governantes e daqueles que desejam operar as mudanças sociais favoráveis ao seu modo de vida e à execução de seus astutos intentos (37.7):

O que vigorava ontem, hoje já não vale mais; há leis contraditórias; há brechas nas leis que possibilitam que o culpado seja declarado inocente e, não raro, que o inocente seja declarado culpado e; há juízes que fundamentam suas sentenças com base naquilo que se deseja que seja lei e não na lei que está em vigor.

Diante deste estado de coisas, devemos orar como o compositor do Salmo 94: “Exalta-te, Tu, que és o Juiz da terra; dá a paga aos soberbos. Até quando os ímpios, Senhor, até quando os ímpios saltarão de prazer? Até quando proferirão, e falarão coisas duras, e se gloriarão todos os que praticam a iniqüidade? Reduzem a pedaços o teu povo, ó Senhor, (...) e dizem:

O Senhor não o verá; nem para isso atentará (...). Mas as tuas consolações reanimam a nossa alma, porque bem sabemos, ó Senhor, que o trono da iniqüidade, que forja o mal tendo por pretexto uma lei, não tem parte alguma contigo”.

2. OS POÉTICOS TRAÇAM O PERFIL DOS JUSTOS

Nos Livros Poéticos o adjetivo ‘justo’ designa o procedimento de uma pessoa íntegra, fundada na verdade na justiça e na retidão (Jó 1.1).

Os poetas bíblicos afirmam que:

· os justos são compassivos e generosos (Sl 37.21; Pv 29.7),

· são prósperos e firmes nos seus propósitos (Sl 92.12);

· são sábios e prudentes (Sl 37.20; Pv 10.31,32; 21.12);

· são sinceros e verdadeiros (Jó 27.3,6; Pv 20.7),

· humildes (Sl 51) e

· santos (Sl 86.2).

Estes traços de caráter dos justos aparecem:

Na relação dos justos com Deus

Jó, Moisés, Davi, Asafe, Salomão, entre outros, tinham profunda consciência da incapacidade humana de produzir uma justiça do agrado de Deus (Sl 51.3).

Por isto, a relação do justo com Deus é de total dependência: Eles são servos e Jeová é o Senhor. Eles confiam no Senhor para purificá-los do pecado e da iniqüidade e guardá-los em santidade (Sl 51.2; 86.2).

Eles são aprendizes e Jeová é o Mestre que, benignamente, lhes ensinam os Seus estatutos, guia-os pelas veredas da verdade e da justiça, ata os corações deles ao temor do Seu nome, para que alcancem corações sábios (Sl 25.5; 86.11; 90.12; 119.26).

Eles são súditos e se apresentam diariamente a Jeová, o Rei, a quem dirigem as suas súplicas e a quem louvam e exaltam por Sua salvação, proteção e justiça (Sl 5.2,3; 47.6,7; 74.12; 89.14,18; 99.4).

Nas relações dos justos com as adversidades

Na poesia bíblica os justos são descritos como seres humanos comuns que, enquanto neste mundo, estão inseridos nos mesmos contextos sociais dos ímpios. Experimentam toda a sorte de males e angústias (Sl 77.2) e são afrontados e perseguidos pelos perversos e iníquos (Sl 10.2; 22.11,12).

Entretanto no dia da adversidade, quando os ímpios só enxergam desgraças e ruínas, os justos vislumbram oportunidades (Sl 37.19; Pv 14.32), pois a luz da esperança nasce nas trevas (Sl 112.4) e, eles não temem maus rumores; o seu coração está firme, confiando no Senhor (v7) que os livra do mal (Sl 91.3-6).

Nas relações dos justos com os pobres e necessitados

As riquezas dos justos são duradouras porque são adquiridas em justiça e sabedoria (Pv 8.18), por isto eles não têm receio de empobrecer ao compartilhar de seus bens com os pobres e com os necessitados.

Os justos se informam das dificuldades dos pobres para que, com conhecimento e sabedoria, possam minorar-lhes os sofrimentos e os males próprios da pobreza extrema (Pv 29.7; Sl 112.5). O justo dá, e nada retém do necessitado (Pv 21.26). Os justos consideram que dar ao pobre é um investimento seguro e rendoso no Banco de Deus (Pv 19.17; 28.8).

3. OS POÉTICOS EXPÕEM AS INTENÇÕES DOS ÍMPIOS

Desde o dia em que Satanás introduziu no mundo o espírito de iniqüidade, ele tem estado ativo no Planeta e reunido entre os povos uma grande multidão de aliados os quais a Bíblia denomina “ímpios”. Os Poéticos manifestam o caráter deles, através da exposição dos seus propósitos e ações:

Em relação a Deus

Os Salmos expõem e resumem o propósito dos ímpios em relação a Deus: “Os reis da terra se levantam e os governos consultam juntamente contra o Senhor e contra o seu ungido, dizendo:

Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas” (2.2,3; 10.3; 36.4). Isaías 28.15 afirma que os ímpios, na sua revolta contra Deus, fazem alianças até mesmo com a morte e com o inferno e que, deliberadamente, constroem para si fortalezas de mentiras e falsidades na tentativa de escaparem do juízo de Deus.

Os ímpios também ensinam que o Deus revelado na Bíblia é um soberano injusto e cruel, cuja vontade está acima da lei e da justiça.

Eles agem assim porque aquilo que os indivíduos vierem a crer acerca de Deus determinará o comportamento social e as leis que regulamentam a vida em sociedade.

As leis serão criadas, modificadas ou revogadas de acordo com a crença e os desejos daqueles que estiverem dispostos a remover os fundamentos bíblicos sobre os quais as leis de um povo estiverem formuladas.

Em relação ao pobre

Os ímpios na sua arrogância perseguem, furiosamente, o pobre e maquinam ciladas contra os necessitados: órfãos, viúvas, estrangeiros (94.3,6) ou contra qualquer pessoa que se encontre em uma dada situação de inferioridade ou de fragilidade (35.10).

Com inumeráveis e astuciosos ardis enganam maldosamente o simples (10.7). Espreitam o inocente e o pobre para obter vantagens, através da exploração e da opressão (Pv 14.31) e, se não conseguem, matam-nos (10.8).

Para alcançar os seus objetivos lançam mão de todos os recursos (10.9; 37.14), inclusive de contratos fraudulentos e injustos (10.10; 36.1,3; Pv 12.5).

Salomão afirma que oprimir o pobre é mesmo que insultar a Deus (Pv 14.31). Eis porque a opressão é a atividade preferida dos ímpios e um mal que governos e leis humanas são incapazes de debelar.

Em relação ao justo

Desde a antiguidade os ímpios são inimigos ferozes e inescrupulosos dos justos. Mesmo quando falam de paz não passa de dissimulação às armadilhas que fazem (Sl 36.3; 141.9,10; Pv 26.24).

As intenções dos ímpios são:

  • Remover os fundamentos dos justos para impedir-lhes às ações (Sl 11.3)
  • transtornar e perverter os seus caminhos (Sl 140.4; Pv 17.23),
  • matar (Sl 37.32),
  • afrontar (Sl 42.10),
  • produzir fraudes contra os justos (Sl 43.1),
  • cercar os justos e deixá-los sem saída (Sl 49.5),
  • oprimir através da difamação (Sl 53.3),
  • de pressão psicológica para que definhem e morram (Sl 56. 1,5 e 6),
  • tumultuar e investigar as obras dos justos (Sl 64.2-6).

Os ímpios se reúnem e se aconselham (2.2,3). Eles criam situações que colocam o justo em desconforto e perigo.

Depois sugerem que diante do caos que se apresenta o justo deve fugir e se refugiar, calado, nas altas montanhas de sua fé (11.1) ou viver em permanente estado de vigília, como o pardal solitário no telhado, enquanto de baixo, os inimigos lhe atiram pedras (Sl 102.7 e 8).

Eles argumentam: Os fundamentos da vossa moral e da vossa ética foram destruídos, e vocês nada podem fazer (11.3).

4. OS CÂNTICOS REVELAM O CARÁTER E O ALCANCE DA LEI DE DEUS

Os Cânticos Bíblicos, tanto os que fazem parte do Livro dos Salmos, como aqueles que estão registrados em outros livros da Bíblia, ou seja, inseridos dentro de seu contexto histórico, como O Último Cântico de Moisés (Dt 32) e O Cântico de Débora (Jz 5), por exemplo, exaltam o caráter da Justiça e da Lei de Deus, que transparece, especialmente, nos modos como os poetas bíblicos descrevem a Palavra do Senhor. Ela é:

A Lei Perfeita

Deus é perfeito (Dt 18.13) e exige perfeição de seus filhos.

Para que eles alcancem à perfeição deu-lhes a Lei Perfeita (Sl 19.7), que abrange toda a intenção e toda a instrução divina para o homem (Sl 139.17). Esta Lei é boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.2).

É tão maravilhosa (Sl 119.18) que alcança todos os aspectos do ser humano, ora em forma de preceitos e mandamentos (Sl 19.8), ora em forma de promessas (Sl 119.49,123), ora em revelações e em providências salvadoras (Sl 107.20). Ela pode satisfazer plenamente aqueles que a observam (Sl 119.174).

A Perfeita Lei de Deus:

  • É refrigério, reforço e alívio para alma cansada e aflita (Sl 19.7);
  • é recreação prazerosa e lazer (119.70, 174);
  • é objeto do mais nobre sentimento humano (119.97);
  • é melhor e mais desejável que bens materiais (119.72);
  • é mais deliciosa que qualquer alimento (119.77);
  • ilumina a nossa vida, é melhor que qualquer luz natural ou artificial (Sl 119.105);
  • protege do mal (Sl 18.30);
  • dá segurança na temeridade (Sl 56.4);
  • é medicamentosa até mesmo para os males físicos (107.20);
  • é o tema contínuo das meditações e dos discursos dos justos (Sl 1.2; 119.148,172).

Sem nenhum esforço, qualquer estudante da Bíblia pode acrescentar dezenas de outras qualidades da Perfeita Lei de Deus.

O Testemunho fiel

A palavra ‘testemunho’, entre outros significados, aponta para uma declaração fundamentada em algo que o declarante presenciou ou conhece bem, por isto se pressupõe confiável.

Se feito em juízo, o testemunho serve de base para o juiz proferir a sentença. Ao dizer que o Testemunho do Senhor é fiel (Sl 19.7), os Salmos afirmam que Deus é a testemunha e o juiz das causas que Ele julga.

Por causa do pleno conhecimento que possui e de Seu caráter fiel às sentenças por Deus pronunciadas são sempre verdadeiras e justas (Sl 19.9).

Os Preceitos do Senhor são retos

Palavras como perfeito, seguro, reto, puro, limpo, fiel, imutável, verdadeiro, justo falam do caráter de Deus e de tudo o que emana dEle.

Por isto, o conjunto de preceitos que Ele preparou, são retos. Andando neles nosso coração experimenta verdadeira alegria. Os mandamentos que fazem parte desses preceitos são puros e quem os obedece anda na luz (Sl 19.8).

O temor do Senhor, modo de vida e religião dos justos, que os preceitos infundem no coração é limpo, pois brota da reverência ao caráter perfeito de Deus (v9) e não da perversidade de algum soberano tirano e cruel.

CONCLUSÃO

A todas as pessoas que se deleitam na simplicidade maravilhosa da Lei do Senhor, Ele: Dá sabedoria ímpar diante dos inimigos e dos mestres deste mundo (Sl 119.98,99); ensina o caminho, o modo de viver, os estatutos, as decisões a tomar, a Sua vontade, a guerrear contra o inimigo e vencer (Sl 86.11; 90.12,13, 66; 143.10; 144.1), e às faz prosperar em tudo quanto fizerem (Sl 1.2,3).

Fontes: Bíblia Sagrada – Concordância, Dicionário

Revista Cidadania Cristã – Editora Betel - 3º Trimestre 2009 – Lição 10


BONS ESTUDOS!!!